
Doenças podem reduzir a produtividade do milho em mais de 80%
As doenças que afetam o milho safrinha representam uma das maiores ameaças à produtividade nas lavouras brasileiras, com potenciais de perda de até 80% da produção em casos graves. Esse impacto pode comprometer gravemente o rendimento dos agricultores e a qualidade do grão, especialmente em um ano de clima adverso, com períodos de chuvas escassas ou excessivas e variações de temperatura, que favorecem a proliferação de agentes patogênicos, especialmente no ciclo da safrinha, que ocorre após a colheita da soja.
De acordo com Davi Padovani, engenheiro agrônomo da I.Riedi Grãos e Insumos, especialista em fitossanidade, as principais doenças do milho safrinha incluem cercosporiose, mancha branca, ferrugem, helmintosporiose, mosaico, mancha bipolaris e enfezamentos. “Se não tratadas de forma eficaz, essas doenças podem destruir grandes áreas de cultivo. O monitoramento constante e o controle adequado são essenciais, pois as perdas, independente da porcentagem, representam um grande impacto financeiro para os produtores”, destaca.
Para diferenciar os agentes fitopatogênicos da cultura do milho e alcançar o diagnóstico correto, o profissional lembra que é preciso ter atenção a alguns detalhes nos sintomas. “Na cercosporiose, por exemplo, as lesões são menores e sempre respeitam as nervuras foliares. Na helmintosporiose, as lesões são de tamanho maior e não respeitam as nervuras das folhas. Já a ferrugem do milho se caracteriza por pequenas pústulas de cor alaranjada nas folhas e pode provocar a desfolha precoce, em casos de infecções graves”, pontua o agrônomo. Além disso, no caso da bipolaris, as partes aéreas das plantas de milho são mais suscetíveis à infecção por este fungo que causa lesões inicialmente pequenas e ovaladas, de coloração marrom e bordas avermelhadas. Sob alta pressão da doença, pode ocorrer a necrose (seca) da lâmina foliar.
Diante desse cenário, o especialista destaca que o manejo integrado de doenças da cultura do milho envolve tratos culturais, fungicidas químicos, fungicidas biológicos e muito conhecimento sobre as principais doenças da cultura. "O uso adequado de defensivos agrícolas, o monitoramento constante das lavouras, que permite a aplicação dos tratamentos nos momentos corretos, a escolha de híbridos resistentes e a rotação de culturas são fundamentais para mitigar os danos causados pelas doenças e garantir a saúde das plantas. A adoção dessas práticas é a chave para evitar grandes perdas na colheita de milho safrinha”, enfatiza.
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